DIÁLOGO
COM O PÚBLICO É COLOCADO EM EVIDÊNCIA NO ESPETÁCULO
“FITA-ME”
“FITA-ME”
Montagem
inédita da Procura-se Companhia de Dança aposta no pioneirismo ao refletir
sobre a própria forma de atuar, quebrando paradigmas em busca de novos modelos: “É preciso arrebatar”, diz
Anízia Marques, que integra o coletivo
Com
estreia dia 30, o espetáculo marca a nova temporada do Cena Jovem 2015, edital
de fomento às artes cênicas capitaneado pela Casa da Ribeira
Tudo
pode acontecer quando “Fita-me” estrear no palco da Casa da Ribeira. Mesmo sob
coreografias milimetricamente pensadas, a composição instantânea, o improviso
de movimento e a interação com o público ficarão evidentes nesta nova montagem
do coletivo Procura-se Companhia de Dança.
Com
estreia próxima quinta-feira, dia 30 de julho, o espetáculo chega a público
para propor, de forma inédita, uma reflexão sobre a dança contemporânea
produzida do Rio Grande do Norte a partir de sua relação com o público, na
tentativa de encurtar as distâncias que os separam hoje. A montagem estará em
temporada na Casa da Ribeira, sempre às 19h30 até domingo (2), e nas semanas
seguintes sempre de quinta a domingo, até dia 04 de outubro. A apresentação
também celebra a estreia do projeto Cena Jovem, sendo o primeiro dos quatro
espetáculos propostos pelo edital 2015.
“Fita-me”
nasce da criação coletiva dos intérpretes-criadores Ana Cláudia Viana, Anádria
Rassyne, Anízia Marques, João Alexandre Lima e Tházio Menezes, ao serem
provocados sobre o distanciamento crescente entre público e companhias de dança
na cidade. “Esse distanciamento é real, ninguém quer sair de casa para assistir
uma montagem por que muitas vezes não passa de terapia de coreógrafo”, confessa
a bailarina Anízia Marques, que integra o coletivo. Para ela, esse formato vigente
transcende a incompreensão, pois muitas vezes torna-se chata e incômoda também
para o intérprete. “A dança tem que arrebatar”, define ela, ao complementar que
mesmo nas sutilezas, um espetáculo precisa fazer refletir, pensar e repensar.
“Acredito na dança quando ela faz da entrega do corpo em cena um meio de
transmitir e transformar almas.”
Entre
a provocação e a criação de “Fita-me”, algumas perguntas vieram à tona: Como
podemos criar uma obra que reverbere no corpo do espectador? Será que a dança
contemporânea sobreviverá à necessidade do entendimento, ou estaremos fadados a
sermos os eternos “incompreendidos”? Existe lugar para um espetáculo de dança,
num período em que a sociedade parece bem mais voltada para a necessidade dos
selfies, das filmagens e dos virais da internet? Nessa posição crítica diante
desta realidade, a equipe buscou reestabelecer novas possibilidades de diálogos
entre os artistas da cidade e a plateia, sem negar a história que já viveram.
No
caldeirão de pensamentos, novos membros se integraram à equipe, como a
videomaker Luara Schamó no comando da interação audiovisual. O diretor teatral
Henrique Fontes, presidente da Casa da Ribeira, que participou como um
provocador ao lado de Clarissa Rêgo; e ainda Ronaldo Costa (iluminação), a
própria Anízia Marques na composição do figurino, Daniel Torres (identidade
visual) e Gabriel Souto na trilha sonora.
A
equipe buscou no conceito de Composição em Tempo Real (CTR), método
desenvolvido pelo coreógrafo português João Fiadeiro, o elemento de partida
para a elaboração das quatro cenas que compõem a coreografia. O teatro
documental e o pensamento contemporâneo em dança também entraram como elos de
suporte a essa construção. Cada intérprete-criador e equipe técnica trouxe seu
repertório de ideias de movimento, de coreografia, luz, música, numa construção
coletiva
Um
espetáculo mais vivo e pulsante a partir da busca dessa nova dinâmica, onde o
público passa a ser parte do jogo de cena, mesmo estando do outro lado das
cortinas. Essa foi a resposta às perguntas feitas lá atrás. Em “Fita-me”, cada
elemento é importante – do grampo do cabelo ao efeito visual — pois tudo faz
parte do jogo de cena permanente, conectado a partir do áudio, das projeções
audiovisuais e da interação com a plateia.
“A dança e teatro estão presentes por que existe um jogo constante, isto
nos possibilita ter um espetáculo mutante, cenas que nunca vamos saber como é e
com quem vai terminar, isso é muito bacana”, destacou Anízia.
O
resultado, segundo ela, já pode ser visto durante os ensaios, mesmo sendo a
plateia pequena de funcionários do teatro e membros da equipe. Para Anízia,
“Fita-me” planta a semente ao mostrar que “a dança está tão próxima de nós, e
nós é que não estamos percebendo, e que por mais simples que ela seja, ela
precisa ser sentida e acreditada”, disse. E joga uma última pergunta no ar, já
sabendo a afirmativa: “Se ninguém acreditar no desejo que me leva ao movimento,
pra que dançar?”
SOBRE O CENA JOVEM
Cena
Jovem 2015 é um edital da Casa da Ribeira destinado a abrir as portas para os
artistas do Rio Grande do Norte, dando-lhes suporte para reflexão, montagem de
novas produções, também com foco no público consumidor. Esse suporte começa através
de prêmios em dinheiro para o fomento de espetáculos de teatro, dança e seus
híbridos. Mas não só isso. Os quatro grupos selecionados — Procura-se Cia de
Dança, Cia Cênica Ventura, Sociedade Cênica Trans e Cia Arte & Riso — ganharam
ainda 64 ocupações do teatro da Casa para o aperfeiçoamento da prática artística
profissional, sendo os cem por cento da bilheteria dessa ocupação para os
artistas envolvidos. Os ingressos são subsidiados e por isso tem valor de R$
10,00.
O
projeto é patrocinado pela Petrobras, Governo Federal e Governo do Estado,
através da Lei Câmara Cascudo e o valor contemplado em prêmios foi de R$ 30 mil para cada grupo.
A temporada do Cena Jovem vai até
novembro. Depois de “Fita-me”, entram em cartaz, na sequência “Meu nome é Zé”,
“Fabulosas delicadezas dos elefantes” e “Pode ser que seja”.
Para
o presidente e Diretor Artístico da Casa da Ribeira, Henrique Fontes, a
expectativa com os espetáculos é grande, tendo em vista os temas que serão
abordados. Os projetos trazem questões importantes, como o afastamento dos
públicos de obras contemporâneas; a ditadura e a repressão, numa adaptação de
Caio Fernando Abreu; a corrupção e ‘politicagem’ interiorana; e ainda o
universo fantástico de uma peça para criança que agrade adultos com a mesma
intensidade.
“Ficamos
bem felizes com a diversidade e qualidade dos projetos apresentados neste
edital. Acredito que além da qualidade, a curadoria, que é externa à Casa da
Ribeira, buscou projetos com foco em públicos diversos. Teremos obras que vão
desde o teatro para crianças, indo até a dança contemporânea”, declarou o
produtor e diretor da Casa. Este é o 16° edital lançado pela Casa em 14 anos de
funcionamento.
SERVIÇOS
SERVIÇOS
Crédito de imagens deste release: Luara Schamó
Contato para entrevistas:
Anádria - 99909-0948
João Alexandre - 991043394
Confira todas as temporadas
do Cena Jovem 2015
Procura-se Cia de Dança
30 e 31 de julho e 01 e 02
de agosto;
06, 07,08,09 de agosto
24, 25,26,27 de setembro
01, 02,03,04 de outubro
Cia Cênica Ventura
13, 14,15,16 de agosto
20, 21, 22, 23 de agosto
08, 09, 10, 11 de outubro
15, 16, 17, 18 de outubro
Sociedade T
27, 28, 29, 30 de agosto
03, 04, 05, 06 de setembro
22, 23, 24, 25 de outubro
29, 30, 31 de outubro e 01 de novembro
Arte Riso
10, 11, 12, 13 de setembro
17,18,19,20 de setembro
05, 05, 07, 08 de novembro
12, 13, 14, 15 de novembro
Cena Jovem 2015
Casa da Ribeira educação
& cultura
Fone: (84) 3211-7710
Horário: segunda à
sexta-feira das 13h às 17h.
Ou pelo e-mail:
casa@casadaribeira.com.br
Henrique Fontes
Presidente e Diretor
Artístico
98105-9907 | 99917-4879
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