quarta-feira, 25 de março de 2015

BRASIL NA BANGUELA, REAVALIE-O

CRÔNICA Dutra Assunção
Lembro um fato que presenciei  em 1991/92 no Banco do Brasil em Campo Grande/RJ. Naquela época, mesmo nas grandes e médias agências não existia salões com cadeiras ou confortáveis acentos em área de espera para aguardar o moroso atendimento aos clientes. Nem tão pouco, uma maquininha expedindo uma senha para passar o tempo vendo e conferindo, conferindo e torcendo para a sua vez chegar. Era mais ou menos 15h, o salão sem os potentes ar condicionados que amenizam as irritações nos dias de hoje. Notava-se um mal estar no ar. Os cariocas, irrequietos, falantes e comunicativos por um olhar iniciava um papo pra lá de metros, extravasando a situação econômica e política que atravessava o país.  Assim passava o tempo naquele enorme salão parecendo uma ante sala de uma Torre de Babel. 
De repente, um senhor de meia idade, bate uma, duas, três vezes violentamente em um dos modernos terminais eletrônicos já instalados. Arranca a cobertura da máquina, joga no meio do salão, enfurecido chuta a estrutura onde estava montado o equipamento, derruba, quebra tudo. Veio um segurança, não conteve a fúria, dois, três e seguraram o homem desesperado porque seu salário não tinha sido depositado. Brasil assim, não o mais queremos, nunca mais. Mera coincidência por outras circunstâncias e condições. Um momento atual diferenciado: paira no ar, fluidos de desconfiança, medo, impunidade e impotência. As filas domadas - seres domesticados pagam tributos, altos impostos para que se sintam os terminais do sistema onde recebem as prendas, sorteios e benefícios como gado. Selecionadas raças, conveniências territorial para cada origem e região de uma República Federativa sem liderança, sem comando, sem um Estadista.

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