sexta-feira, 31 de outubro de 2014

SEGUNDA FASE DA COPA SUB-15 COMEÇA NESTE SÁBADO

Natal 31 de outubro de 2014 - A Copa Nossa Cidade de Futebol Sub-15 chega a sua segunda fase neste sábado (1º), a partir das 8h. Os jogos acontecem em sete campos distribuídos nas quatro regiões da capital potiguar. A competição é uma realização da Prefeitura do Natal, por intermédio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEL).
A primeira etapa reuniu 54 equipes, o que representou cerca de 1.350 crianças e adolescentes que participaram diretamente da competição. A partir da segunda etapa, oito grupos de quatro equipes, o que soma 32 times, jogarão em turno único. Classificam-se duas equipes de cada grupo. Nas oitavas de final os times passam a se enfrentar no sistema de “mata-mata” até a final, marcada para 20 de dezembro.

Após sorteio realizado no Ginásio Nélio Dias com a presença de representantes dos Centros Desportivos, as chaves da segunda etapa foram definidas da seguinte forma:

Grupo A – Campo Dix Sept Rosado
8h – Santa Cruz x Conj. Niterói
9h – Sarney FC x CD Rocas

Grupo B – Campo Rocas
8h – Santos Reis x Mãe Luiza
9h – Parque das Dunas F.C x Pirangi

Grupo C – Parque dos Coqueiros
8h - Parque dos Coqueiros x Provérbio Salomão
9h – C.D Nova Natal x C.D Santarém

Grupo D – Campo Pajuçara
8h – Pajuçara x Leões
9h – Pequeno Cidadão x Quintas

Grupo E – Campo Satélite
8h – Satélite x Bom Pastor
9h – Novos Talentos x Panatis F.C

Grupo F – Campo Nova Natal
8h – IDFH x C.D. José Sarney
9h – Nova Descoberta x Projeto Floresta

Grupo G – Campo Santa Catarina
8h – Projeto Futuro x Projeto Fraldinha
9h – C.D Felipe Camarão x Gramoré.

F: AssCom SEL

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

POR QUE NÃO FALAR DE PAZ E PROGRESSO

RESPEITO!  - Quem ousa, moral que o tenha para defender, justificar ou não ser cúmplice, coadjuvante diante de tanto descalabro e falcatruas de um governo corrupto que assalta as instituições, os cofres públicos, em nome da pobreza, transatores travestidos de Lampiões e Robin Hoods como se o crime, mesmo sem castigo compensasse. Tal qual respeito quando a mentira é argumento e habilmente muitos são marcados como se não existisse ninguém mais fácil de enganar do que um homem honesto; muito crê quem nunca mente, e confia muito quem nunca engana. Qual mente, orgulho e realização pessoal daqueles que permeia o real, o falso e se apresentam com as divisórias, as tábuas de Moisés. Tal consciência que pese o sono, o descanso em vida pelas seus enganos e conflitos.

ALRN DEBATE ATUALIZAÇÃO DE CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO NO ESTADO

O projeto de lei que institui o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSIP) no Rio Grande do Norte foi discutido em audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira, 30, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O debate foi promovido pelos deputados que compõe e Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa (CCJ) e contou com a participação de entidades representativas da sociedade civil organizada que contribuíram na atualização da norma em discussão.  O projeto debatido revoga a Lei Estadual 4436, de 9 de dezembro de 1974.

O presidente da CCJ, deputado estadual Hermano Morais (PMDB), explicou a necessidade de ouvir a sociedade sobre os ajustes e modificações a Lei Estadual 4436/74. “O objetivo é torná-lo mais eficaz aos interesses e necessidades da nossa população”, disse.

O documento consiste na atualização dos conceitos previstos no Decreto 6.576, de 03 de janeiro de 1975, tendo como inovação o estabelecimento de medidas que há três décadas não estavam ainda disponibilizadas pela tecnologia de equipamentos preventivos contra incêndio.

De acordo com o Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros Luiz Monteiro da Silva Júnior, a atualização prevê a padronização de serviços técnicos, maior segurança jurídica, expansão da abrangência de edificações e redução dos prazos para análises para até 60 dias, entre outros. “Queremos sair do objetivismo para vistorias. Essa é a principal meta, aliada ao desestímulo a irregularidades”, disse.

Dentre as mudanças estão a inclusão dos sistemas de detecção e alarme; o controle de fumaça e os sistemas de extinção por gases inertes, bem como as medidas de proteção passiva que não foram contempladas à época, dentre elas, o controle de materiais de revestimento e acabamento; a acessibilidade de veículos de combate a incêndio às edificações; a distância de segurança entre as edificações; a compartimentação horizontal e vertical e a exigência de equipes de intervenção (brigadas de incêndio).

O entendimento geral concorda com a necessidade de aprovação e entrada em vigência da lei que atualiza o COSIP no estado, mas os representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Conselho Regional de Engenharia Civil do RN (Crea-RN), do Instituto dos Arquitetos do Brasil no RN (IAB-RN), além do Sebrae participou da elaboração do PL fizeram algumas ressalvas do documento. “Minha expectativa é que a gente consiga votar o projeto ainda esse ano e fazer que a lei entre em vigência o quanto antes”, disse o presidente do da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon RN), Arnaldo Gaspar Júnior.

Os representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RN (Crea-RN), presidente José Augusto, e do Instituto dos Arquitetos do Brasil no RN (IAB-RN), Patrícia de Macêdo, defendem a atuação, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, de profissionais das áreas de engenharia e arquitetura na avaliação dos projetos submetidos à corporação. Sugerem a criação de um cadastro de profissionais para realizarem esse trabalho. “O projeto de arquitetura é o marco para iniciar a avaliação na vistoria. Por isso é importante que o profissional que vai fazer essa avaliação seja um profissional registrado nas áreas competentes”, destacou Patrícia Macêdo.

O presidente do Sebrae, Zeca Melo, destacou a necessidade de incluir na legislação as micro e pequenas empresas. “Mas sem prejuízo a segurança e ao que está previsto na legislação”, ressaltou. O representante da Federação do Comércio, Laumir Barreto, destacou a necessidade de aparelhamento e renovação dos equipamentos do Corpo de Bombeiros do estado para realizar esse trabalho da forma ideal. “Se não acontecer isso, não vai ser a legislação que ai fazer isso”, disse. Barreto também destacou a necessidade de criação de uma norma de transição entre a atual e a nova. “É preciso pensar nisso que a gente não seja pego na ilegalidade da noite para o dia”, disse.

O deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB) chamou atenção para a composição dos quadros do Corpo de Bombeiros. “Preocupa-me o que o Corpo de Bombeiros quer fazer e não tem quadro para analisar esses pedidos. Em Jucurutu, por exemplo, completou 45 dias de espera para analisar um pedido de licença de um projeto que aguarda para ser apresenta à Caixa Econômica Federal. Por isso, faço um apelo, pois a coisa está de certa forma emperrada. Deixando os municípios em situação difícil, sem poder iniciar obras e com risco até de perder os recursos”, afirmou.

HENRIQUE ALVES QUER CONCLUIR VOTAÇÃO DA PEC DO ORÇAMENTO IMPOSITIVO NA PRÓXIMA SEMANA

Brasília (DF) - O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, anunciou nesta quinta-feira (30), que o Plenário deverá concluir a votação da PEC do Orçamento Impositivo (358/13) na próxima semana. A proposta obriga o governo federal a pagar as emendas apresentadas por deputados e senadores ao Orçamento da União. Ele já comunicou a sua intenção de votar a matéria ao ministro-chefe da Casa Civil, Aluzio Mercadante, com quem esteve reunido nesta quinta-feira. “Eu o informei que quero deixar a Casa com essa matéria votada”.  Foto: Rodolfo Stuckert
Pelo texto da PEC, o governo terá de pagar até 1,2% da receita corrente líquida realizada no ano anterior em emendas, desde que metade desse dinheiro seja voltado para a saúde. O texto base da PEC foi aprovado em 1º turno em maio deste ano, mas falta a votação de dois destaques. Um deles, apresentado pelo DEM e apoiado pela bancada da saúde, quer retirar da PEC os limites mínimos de recursos da União a serem investidos em saúde. Esses parlamentares preferem a definição dos limites por uma lei, como é hoje, por ser uma norma mais fácil de ser alterada.

Henrique Alves afirmou que vai negociar um acordo para permitir a aprovação do texto sem alterações, pois as mudanças fariam a matéria voltar para o Senado, inviabilizando a aprovação da PEC neste ano. “Eu vou conversar com a oposição para chegar a um entendimento; até porque eu ajudei a construir o texto aprovado pelo Senado”.

PAUTA

Na conversa com o ministro Aluizio Mercadante,  Henrique Alves disse que o governo manifestou a preocupação com a aprovação de propostas que provoquem grande impacto fiscal. Ele afirmou que o encontro com o ministro foi de caráter institucional e houve apenas um pedido para que a Câmara informasse as matérias que será incluídas na pauta.

O presidente da Câmara informou que, assim que as prioridades de votação forem definidas pelos líderes, ele informará à Casa Civil sobre as propostas que podem ser votadas pelos deputados nas próximas semanas. Ele voltou a descartar a possibilidade de inclusão na pauta de matérias com impacto fiscal que possam prejudicar  o equilíbrio financeiro da União.

Ele adiantou, no entanto, que há a intenção da maioria dos parlamentares de votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 426/14, do Senado, que aumenta em um ponto percentual o repasse de recursos da União para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Essa proposta é importante, pois a situação dos municípios hoje é insustentável. As prefeituras estão com problemas orçamentários e sem autonomia para investir”.

Ele confirmou que vai conversar com a presidente Dilma Rousseff na próxima semana. “Nesta hora, é preciso respeito, tratamento equilibrado, muito sereno, pois o que está em jogo é o Brasil dos nossos filhos, dos nossos netos. É uma hora de muita responsabilidade do Parlamento e também do Poder Executivo. Diálogo é a palavra mágica”.

REFORMA POLÍTICA

Sobre a reforma política, o presidente da Câmara assinalou que já há um consenso que deve haver participação popular. “Não se pensa em fazer uma reforma política que não tenha a participação popular. O povo deverá ter a última palavra. Então, eu espero que, na quarta-feira (5), a CCJ possa aprovar a admissibilidade da PEC da Reforma Política (352/13), para que possamos criar a comissão especial e trazer para o debate a OAB, a CNBB, os movimentos sociais todos para discutirem claramente uma proposta de reforma política para que possa ao final ser levada ao referendo popular”.

Ele explicou que o referendo é a forma mais prática, pois o Congresso aprova uma proposta clara de reforma política e, depois, a submete a consulta popular. “Isso nos faz ganhar tempo e dá uma resposta para uma tarefa que essa Casa tem que fazer. Já deveria ter feito e não fez. É uma mea culpa de todos nós. A próxima legislatura terá que fazer, e o que eu puder contribuir nessa final, eu farei”.
F: AssImp



DESAFIO DA CLASSE POLÍTICA É ACABAR COM DIVISÃO DO PAÍS, DIZ AGRIPINO

O líder do Democratas no Senado, José Agripino (RN), disse que a classe política deve trabalhar para acabar com o estigma instalado pelo PT durante a campanha presidencial de dividir o país entre ricos e pobres. Em entrevista à Rádio Estadão na manhã desta quinta-feira (30), Agripino ressaltou que a prioridade do país deve ser a distribuição de renda mais igualitária. “Cabe à classe política, de governo e oposição, acabar com qualquer sequela de divisão do país entre ricos e pobres, entre classes A, B, C, D, entre brancos e negros. O Brasil é um só”.
Em relação à derrota de Aécio Neves por uma diferença de apenas três milhões de votos para Dilma Rousseff, no último domingo (26), Agripino destacou que Aécio foi prejudicado pelas inverdades ditas pelo PT à população. “No Nordeste, sou testemunha de que você chegava à casa das pessoas mais modestas e estava inoculado o vírus do fim do Bolsa Família, do Prouni, do Minha Casa Minha Vida. Estava dito dentro das casas que, se Aécio fosse presidente, ele acabaria com tudo aquilo. Ou seja, era uma militância a serviço da inverdade”.

Sobre a força da oposição a partir de 2015, Agripino disse que o Democratas continuará cumprindo seu papel fiscalizador e de propor caminhos. “O PT se julga proprietário do poder e, por isso, comete desatinos. Cabe a nós, da oposição, estarmos 24 horas por dia atentos para fiscalizar e apontar caminhos de correção”.
F, AssCom


1º NATRILHA SANTANA


Mototrilha Natal a Santana do Matos/RN, distância 200 KM - Dia 15 de novembro de 2014

Saída da capital potiguar ( Redinha )
Posto ALE localizado na Av. João Medeiros Filho, 7.500 (Estrada da Redinha), próximo a Ponte Newton Navarro, Redinha, Natal/RN.

Chegada em Santana do Matos
Fã Clube Aquático em Santana do Matos/RN. Show com Pagode do Muído e Riva Júnior (a raposa do Nordeste)
Os participantes terão direito a café da manhã na concentração, almoço em Cachoeira do Sapo (Riachuelo) e acesso livre para os Shows em Santana do Matos/RN.

Inscrição para os trilheiros: R$ 30,00 (trinta reais).
Senha para a festa: R$ 10,00
Contato: Camila Nobre - 9957-7901
Woglan Fernandes: 9651-2024

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ACADEMIA DE LETRAS/RN É DESTAQUE NACIONAL

Em ofício ontem encaminhado pelo professor/doutor Francisco Amaral, Presidente da Academia Brasileira de Letras Jurídicas (sede no Rio de Janeiro), o Acadêmico e Procurador do Estado Adalberto Targino foi informado de que a Academia de Letras Jurídicas/RN – ALEJURN foi distinguida com convite especial para participar na Mesa de Debates, nos dias 30 e 31, das 10h às 17h, no Auditório Central do Instituto dos Advogados Brasileiros, no Rio de Janeiro, que, juntamente com diversas instituições culturais dos 27 estados brasileiros, discutirão assuntos fundamentais à nação, como as reformas dos códigos processuais civis e penais, modernização do Ministério Público, avanços legais na Advocacia Pública, celeridade do Judiciário, desburocratização administrativa e o direito administrativo, incentivos à publicação de livros jurídicos e de antologias dos grandes juristas de todas as regiões e estados do país.
No primeiro dia (30/10/14) será comemorado o 39º aniversário da Academia Brasileira de Letras Jurídicas e a abertura do I Encontro Nacional das Academias de Letras Jurídicas Brasileiras, tendo como palestrante o Ministro do Supremo Tribunal e acadêmico Carlos Veloso, com recepção e coquetel no Clube dos Advogados oferecido aos convidados.
No último dia, o Presidente da Academia de Letras Jurídicas/RN, acadêmico Adalberto Targino, e os demais presidentes debaterão “A Contribuição das academias de letras ao pensamento jurídico brasileiro”, como preparação ao Congresso Internacional a realizar-se em Paris/França em 2015.
A ALEJURN (Academia de Letras Jurídicas do RN), composta pelos mais destacados juristas potiguares, além de ser convidada de destaque para fazer parte da Mesa Central de Debates, foi enaltecida nacionalmente por ter recebido o Troféu Jurista Afonso Pereira, por sua dinamicidade e rigorosa exigência estatutária na escolha dos seus membros/acadêmicos, assim por ser uma das poucas academias fundadoras/pioneiras da recém criada Confederação Brasileira das Academias de Letras Jurídicas, inserindo-se no mesmo nível e contexto da Pernambucana, Paraíba e Maranhense, que têm se sobressaído nacionalmente, inclusive com assento garantido no Congresso Internacional de Academias de Letras Jurídicas. 
F: ALEJURN

SEL LANÇA PROCESSO SELETIVO PARA PROGRAMA VIDA SAUDÁVEL



 Natal, 29 de outubro de 2014 - A Prefeitura do Natal, através da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEL) lançou, nesta quarta-feira (29), processo seletivo simplificado para preenchimento de vagas designadas ao Programa Vida Saudável, que conta com recursos do Governo Federal e do município.

“Esse edital veio para consolidar do Programa em Natal. Esperamos que tenha uma boa aceitabilidade por parte dos profissionais para que possamos ter uma equipe qualificada, já que vamos trabalhar com a população da melhor idade”, ressaltou o titular da SEL, Eduardo Machado.
Serão ofertadas 40 vagas para Agentes Sociais de Esporte e Lazer, 20 vagas para Coordenador de Núcleo e uma vaga para Coordenador Pedagógico.  A seleção será composta por análise de currículo e experiência profissional.

As inscrições podem ser feitas de 3 a 12 de novembro, das 9h às 13h, de segunda a sexta-feira, na sede da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, que fica localizada Rua Potengi, 409, Petrópolis, zona Leste, Natal-RN, por trás do Palácio dos Esportes.

No ato da inscrição se faz necessário a apresentação da seguinte documentação original e cópia: documento de identidade; CPF; título de eleitor e do comprovante de quitação com a Justiça Eleitoral (última votação); quitação com a obrigação militar (masculino); comprovante de escolaridade; comprovante de quitação da anuidade 2014 do Conselho de Classe; comprovante de experiência prévia, exceto para a função de Agente Social de Esporte e de Lazer; e currículo.

Programa Vida Saudável
O Programa Vida Saudável é uma iniciativa da Prefeitura do Natal, através da Secretaria Municipal de Esporte Lazer, com recursos do Governo Federal e do Município, e visa democratizar o esporte e lazer recreativo para promover a saúde e o envelhecimento bem sucedido da população acima de 60 anos.
F: SML

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O DESPERTAR DE UM PAÍS POLITIZADO

Jocosas colocações feitas na campanha presidencial Eleições 2014 que nada acrescentaram no tocante a politização de um povo. Ridículas e sarcásticas expressões que identificam personalidade, socialização e frustrações de alguns. Muito me orgulho de reconhecer Dilma minha presidenta reeleita. Fui claro e convicto citando e sinalizando seus erros e contrapontos. Que seja a mensagem deste universo de eleitores, uma alerta para que se retome os caminhos da democracia, deixando claro que aos governantes são outorgados poderes e nunca o direito legítimo de induzir as mudanças através da corrupção, ideologias, ações ou interesses sem aferição da nação. Que reponham as pontas desgastadas de determinadas bandeiras e que possam elas sempre somar ao orgulho e a soberania do verde amarelo das simples bandeirolas - com o cheiro, suor e sal da terra, como se fora uma mostra provada dos anseios do povo brasileiro.

BRASILEIROS SINALIZAM SEUS CAMINHOS DEMOCRÁTICOS


Democraticamente reeleita Dilma Rousseff presidenta de todos os brasileiros, sem muita euforia ou vibração, assim também reconhecida por seus próprios simpatizantes e aliados. Fica a deixa, um alerta piscante, agora uma seta sem ponta que antes indicava a corrupção, outros interesses que comprovadamente foram aferidos pela significativa e importante eleição. Eis a única vitória que seja comemorada com consciência, conceitos e convicção. Agora fica claro, aceito e necessário se faz as mudanças carimbadas como irreversíveis  a serem questionadas e executadas. 
Intocável o  direito de  livre expressão, supostamente com os mesmos objetivos fins, valiosos tribunos nos  bancos de praça, nos cafezinhos de esquina. Significativos e de suma importância  foram os veículos de comunicação social, profissionais de opinião ou não onde são credenciados por seus direitos adquiridos em exercício da profissão ou da própria cidadania.

Nada acrescentou a este momento de decisões e aferição, o comportamento jocoso de determinados militantes como se fosse um campo de batalha, uma guerra para ambas as partes. Um comportamento ridículo onde alguns apresentaram seus potenciais, posições radicais e a própria identidade, desnecessariamente. Duvidosa criatividade onde alguns murais denegriam pessoas, imagens e colocavam em dúvida seus autores e objetivos fins. Aliás, agora sendo reconhecido por seus próprios criadores que o material divulgado acintosamente serviu como anti markting de suas intenções.

Fica a mensagem daquele que fez a sua parte, convicto, consciente e também orgulhoso pela retomada aos caminhos da democracia que o povo brasileiro exigiu. Intocáveis e resistentes ficaram as colunas de sustentação de um país democrático que quando o seu povo é convocado, reage e se expressa com determinação, sinalizando seus anseios, opções e vocação.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A DISPUTA ENTRE DILMA E AÉCIO LEMBRA UM FILME DO PASSADO

 

O clima nessa reta final das eleições lembra o de 1989: naquela época país dividido entre ricos e pobres, hoje mais politizado definem o sistema de governo. Agora o povo revoltado com a corrupção, baixarias nas campanhas, o PT novamente enfrentando um candidato apoiado pela direita e muito mais experiente.

Bem analisado e comparado acho que, em certo sentido, as coisas estão mais claras e o povo mais consciente e  tranquilo.

Naquele pleito havia restrições em apoiar Fernando Collor. Muitos de seus defensores não tinham coragem de defendê-lo em público. Os grandes jornais rejeitavam Lula, naturalmente, mas tinham pouca convicção no candidato alagoano. O Estado de S. Paulo declarou apoio a ele apenas nos últimos dias da campanha.

A Veja ajudou na construção do mito do caçador de marajás. É conhecido o episódio em que Roberto Civita, então à frente da Abril, se recusou a recebê-lo na sede da empresa, durante a campanha, por ter sido avisado de última hora.

A Globo, de fato, contribuiu com a famigerada edição do último debate, em que o Jornal Nacional, na véspera do segundo turno, levou ao ar os melhores momentos de Collor – e os piores de Lula.

Neste novo momento não imaginamos as decisões a serem tomadas quanto ao futuro da imprensa escrita e falada do país.

Naquele ano de 1989 na sociedade civil não era fácil achar quem se manifestasse a favor de Collor. Algumas pessoas de renome se expuseram com suas preferências e até hoje sofrem com o estigma. Hoje existe uma conscientização maior, o eleitor pode definir, analisar e escolher se queremos um país capitalista ou comunista. Essa opção está bem clara e exigida.

A situação não está melhor no sentido inverso. Os comunicadores das redes sociais alimentados por verbas do governo petista fazem o debate regredir a tempos passados, a outra realidade. Ignoram qualquer contexto e partem para o posicionamento radical. As comparações com o governo FHC são ridículas, como se o país fosse o mesmo em 2014 e em 1994 ou que o plano Real tenha sido inverdade ou uma obra de ficção.

Amigos que se dizem “de esquerda” nas redes sociais adotam comportamento de torcida de futebol – e se rendem a um “nós contra eles” que remete aos primórdios da redemocratização. Revistas apoiadas pelo governo estampam entrevista com Lula na capa a poucas semanas da eleição.

Se de um lado os tucanos se deixam influenciar por determinados segmentos, do outro os dirigentes do PT vão se tornando obstinados pelo poder. Ambos varrem para baixo do tapete os erros cometidos nos últimos doze anos, onde se prejudica o PT pelas limitações de Dilma.

Relembramos as expressivas manifestações de junho de 2013, agora conscientes que não tínhamos lideranças. Sem galhardetes ao punho, parecia surgir uma nova visão política do povo brasileiro. Eventos como os que ocorreram em torno de Dilma esta semana em São Paulo, na frente da PUC, reforçam velhas práticas da militância e passam ao PT a impressão de que nada precisa mudar.

A eleição de 1989 era a primeira para o Planalto após a redemocratização. O sistema ainda cooperativista pelo Senado e Câmara Federal  a derrotou, alegando que o país seria fortalecido pelo impeachment e que sairia mais confiante para as próximas eleições, fortalecimento e funcionamento das instituições.

Vinte anos que o Brasil está entre tucanos e petistas. Anos de avanços em muitas frentes – mas agora, o eleitor mais consciente entende a importância e a necessidade da alternância no poder.

Neste momento as candidaturas se desgastam pelo baixo nível da campanha, deduzindo o eleitorado que time que não cuida de sua reputação tem que ter reserva para baixar a bola dos inflados pelo poder.

Seria oportuno conscientizar a galera que preparem a consciência que faltam 4 dias para terminar a pelada.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O DOLEIRO E O TESOUREIRO DO PT


Dono do cofre petista, João Vaccari Neto intermediou operações para Alberto Youssef que desviaram R$ 500 milhões do fundo de pensão da Petrobras
Claudio Dantas Sequeira (claudiodantas@istoe.com.br)


O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi identificado na engrenagem da corrupção que desviou bilhões da Petrobras. Agora surge o elo do comandante das finanças petistas com o doleiro Alberto Youssef na Fundação Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. A Polícia Federal concluiu, nos últimos dias, a investigação sobre uma operação que causou prejuízo de R$ 13,9 milhões ao fundo. Mas o valor desviado nesta e em outras operações pode chegar a R$ 500 milhões, segundo os investigadores. No computador de Youssef, a PF encontrou uma pasta com 12 arquivos referentes a negócios do doleiro com a Petros. Quem teria intermediado a operação com ajuda de dois diretores indicados pelo PT para o fundo foi Vaccari. Um deles seria Luiz Carlos Fernandes Afonso, que chegou a presidir a entidade entre 2011 e 2014.

PARCERIA
Segundo a PF, João Vaccari (abaixo) contou com a ajuda de diretores
indicados pelo PT para operar para o doleiro Youssef (acima)

Além deles, a PF registra a participação de um político “de grande influência” no governo. Ele teria conseguido no Ministério da Fazenda a liberação de um seguro necessário ao investimento. Segundo o advogado Carlos Alberto Costa, espécie de testa de ferro de Youssef, o recurso foi desviado para “pagamento de propina” aos funcionários da Petros. Costa já havia denunciado o caso à PF em agosto e depois detalhou o caso em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro. Agora, os investigadores cruzaram as declarações com documentos do computador do doleiro e relatórios de movimentação financeira das empresas usadas pelo grupo. Confirmaram, por exemplo, que a Petros foi induzida a investir num negócio que se sabia irregular.
Os quase R$ 14 milhões foram usados na compra de uma cédula bancária emitida pelo Banco Banif Primus como antecipação de recebíveis de um contrato de venda de ferro-gusa, firmado entre a Indústria Metais do Vale (IMV) e a siderúrgica Barra Mansa. Ocorre que a IMV era uma empresa falida. Para habilitá-la como investimento seguro ao segundo maior fundo de pensão do País, Youssef e o deputado José Janene (morto em 2010) iniciaram um plano de recuperação judicial, injetaram nela R$ 4 milhões por meio da CSA Project Finance e entregaram o projeto na mão de Claudio Mente, empresário muito amigo de Vaccari.
O tesoureiro do PT acionou o então diretor financeiro da Petros Luis Carlos Fernandes Afonso e o gerente de novos projetos Humberto Pires Grault. “Emitiram nota através de outras empresas e o recurso foi desviado para pagamento de propina para os funcionários da Petros”, disse Costa à Justiça. Afonso foi nomeado diretor em 2003. Ele tem longa ficha de serviços prestados ao PT, tendo sido secretário de Finanças do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002.
Grault, apadrinhado pela cúpula partidária, já passou por vários fundos de pensão e conselhos de empresas controladas. Da Petros, ele foi para a Funcef, nomeado como gerente na diretoria de participações, chefiada por Carlos Borges. Foi Borges quem recebeu Youssef em março deste ano, numa reunião privada, a pedido do deputado André Vargas, para apresentar uma “proposta de investimento”. Tanto Afonso como Grault respondem por denúncias de improbidade.
No depoimento à Justiça, Carlos Costa alerta que a negociata com a IMV em 2006 foi apenas “a primeira operação”. Muitas outras vieram. A próxima suspeita na lista da PF é a barragem de Apertadinho, na qual a Petros colocou R$ 62,4 milhões em troca de cédulas de crédito bancário. Como se sabe, a barragem – construída pela empreiteira Schain e EIT – desmoronou e o dinheiro virou pó.

"A CONTINUAÇÃO DO PT NO PODER É UM DESASTRE"


Entrevista com Ferreira Gullar
Ex-comunista, exilado na ditadura, ele conta que seu hobby
é pintar, desenhar, fazer colagens.
O poeta e mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) fala de sua decepção com o Partido dos Trabalhadores e afirma que fazer poesia não depende de sua vontade
por Eliane Lobato
O poeta maranhense Ferreira Gullar, 84 anos, acaba de ser eleito imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), depois de décadas recusando a honraria. Recebeu 36 dos 37 votos, sendo um em branco. Ele aceitou ocupar a cadeira 37, que pertenceu ao presidente Getúlio Vargas (1882-1954) e ao jornalista e empresário Assis Chateaubriand (1892-1968), simplesmente porque ela foi ocupada, por último, por seu amigo e também poeta Ivan Junqueira, falecido em julho. Mas a eleição que o mobiliza, atualmente, é a presidencial. Notório crítico do Partido dos Trabalhadores, ele diz que “a saída do PT do poder é uma revolução para o Brasil”.

Após ter votado em Marina Silva (PSB) no primeiro turno, Gullar, agora, optou por Aécio Neves (PSDB). Ex-comunista e ex-exilado pela ditadura, o poeta concorda que o ideal de sociedade mais justa é difícil de ser alcançado, mas defende que ele seja perseguido por todas as pessoas de boa-fé. Residente no mesmo apartamento há décadas, no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, ele se diz feliz na companhia de muitos livros, quadros e da gata, cujo nome é Gatinha.

Istoé -  O sr. escreveu, antes do primeiro turno, que esta eleição é das mais imprevisíveis e tumul­tuadas. Continua achando?
 
Ferreira Gullar -
 Acho que o Aécio (Neves-PSDB) tem chances de ganhar. Pode ser que não ganhe, mas acompanhe: quem votaria na Dilma (Rousseff-PT) no primeiro turno já votou. O Aécio, porém, teve seus votos divididos com a Marina (Silva-PSB). Então, agora, quem tem possibilidade de crescer é ele. Acho que a margem de crescimento dela é muito pequena. É, aliás, o que eu desejo. Desejo que a Dilma perca a eleição. Doze anos no poder não tem cabimento, e ainda quer ficar mais!
 
Istoé -  O sr. também acha que os 20 anos do PSDB em São Paulo são um exagero?
 
Ferreira Gullar -
 Só que não tem essa safadeza, essa corrupção toda. O Geraldo Alckmin (PSDB) é um homem limpo.
 
Istoé -  O sr. vota em Aécio porque acredita que ele é a melhor opção ou porque ele é oposição ao PT, que o sr. critica tão fortemente? 
 
Ferreira Gullar -
 São duas coisas: primeiro, alguém tem que substituir o PT, chega de PT. Segundo, não tenho dúvida de que o Aécio é essa pessoa. Pelo governo que fez em Minas Gerais, acho que ele não é um irresponsável, pelo contrário. Deu uma prova admirável quando caiu nas pesquisas, ficou com menos de 20%, mas continuou na batalha, dizendo que ia para o segundo turno, que ia ganhar. Achei aquilo curioso. Achei que ele estava querendo apenas não jogar a toalha, não se dar por vencido. Mas não, ele mostrou uma capacidade, uma raça que é coisa muito positiva. E o Brasil precisa de uma pessoa assim, dada a situação que o PT criou para o País.
 
Istoé -  Qual situação?
 
Ferreira Gullar -
 O Brasil está encalacrado, com a economia em crise, a inflação subindo, uma corrupção espantosa. Não pode continuar isso. Acho que a saída do PT do poder é uma revolução no Brasil. E a continuação é um desastre. Quando o PT foi criado, eu fiquei a favor, acreditava que seria benéfico para o País, para fazer avançar essa luta pela sociedade mais justa, e depois me desapontei. Tenho sempre criticado o governo do PT, continuo nessa visão crítica, e torcendo para alguém vencer o PT. Torci pela Marina no primeiro turno porque parecia que ela é que iria disputar o segundo turno com a Dilma. Mas agora é o Aécio. Eu o conheço, sei que é competente, capaz, e apoio a candidatura dele.
 
Istoé -  Atualmente, o que atrai mais seu interesse, a poesia ou a política?
 
Ferreira Gullar -
 Não sou político. Sou cidadão e tenho uma coluna num grande jornal (“Folha de S.Paulo”) em que posso emitir minhas opiniões. Agora, o País é uma coisa que me preocupa o tempo inteiro. A poesia é outra coisa. Dou minha opinião de cidadão, pai de família, com filhos e netos, que compreende que a sociedade brasileira é muito injusta, e isso tem que ser mudado, corrigido, e é obrigação de cada um de nós lutar contra isso. Não se pode aceitar a desigualdade que existe no Brasil, os hospitais cheios de pessoas morrendo sem ser atendidas, ou o ensino péssimo. Paga-se mal aos professores, que têm que trabalhar em quatro ou cinco lugares para sustentar a família.
 
Istoé -  O sr. tem feito poesia?
 
Ferreira Gullar -
 Não. A poesia depende de fatores que não dependem da nossa vontade. Posso determinar que vou escrever uma crônica amanhã sobre tal coisa. Mas não posso dizer que vou escrever um poema amanhã, porque vai sair uma bobagem. O poema, como digo, nasce de um espanto, não é uma coisa que sai por querer. Mas eu parei de me espantar. Só me espanto com a corrupção – mas a corrupção não merece um poema.
 
Istoé -  E os quadros? Tem pintado? Algum novo livro?
 
Ferreira Gullar -
 Meu hobby é pintar, desenhar, fazer colagens. E esse hob­by vai ganhar uma exposição em São Paulo, em novembro, e depois outra no Rio. Tem um livro de colagem que está sendo feito e deverá ser publicado no começo do ano que vem, por uma editora nova, a Edições de Janeiro. E tem, também, por essa mesma editora, um livro que venho compondo há 30 anos, que se chama “O Prazer do Poema”. São os que li e que mais me comoveram e encantaram, de autoria de outros poetas. Deve sair no fim deste ano ou no começo do outro.
 
Istoé -  O sr. sempre recusou se candidatar a vagas na Academia Brasileira de Letras. Por que aceitou, agora? 
 
Ferreira Gullar -
 Demorei porque não fazia parte do meu projeto de vida entrar para a Academia, nunca tinha pensado nisso. Há pessoas que têm entre seus objetivos conseguir um lugar na ABL. Eu não. Quando me convidavam, eu falava que não tinha interesse; isso levou anos e anos. Mas alguns amigos insistiam, insistiam, e eu comecei a me sentir mal, um pouco arrogante, o dono do pedaço... Quando morreu o (poeta) Ivan Junqueira (1935-2014), que era um grande amigo, pessoa por quem eu tinha muito afeto, pensei: “Bom, já que vou ter que entrar, vou entrar no lugar do Ivan, que é meu amigo, uma cadeira que me honra.”
 
Istoé -  Como está se sentindo eleito? 
 
Ferreira Gullar -
 A posse é em dezembro. Se aceitei me candidatar é porque vou aceitar o convívio na Academia. Tenho muitos amigos lá, e nada tenho contra. Evidentemente, sou bastante ocupado, nem sempre estarei lá. Mas o compromisso que tenho que assumir assumirei. Pretendo frequentar e cumprir com a minha obrigação.
 
Istoé -  A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), vai oferecer o fardão, como é praxe, já que o sr. é maranhense. O sr. se sente confortável, já que o Maranhão é o Estado com maior número de miseráveis do País?
 
Ferreira Gullar -
 O Sarney foi meu colega de juventude, nós temos a mesma idade praticamente e fazemos parte da geração que mudou a literatura maranhense, que renovou. Mais tarde, conheci a Roseana, muito cordial, gentil. Eu não vivo no Maranhão, eu vivo no Rio. Mal tomo conhecimento disso, não estou envolvido com a política do Maranhão, faço questão de não me envolver nisso. Acho o Sarney uma pessoa afetuosa, gentil. Fez uma carreira política que o levou até a Presidência da República, certamente por isso também.
 
Istoé -  O sr. começou sua militância política no Maranhão? 
 
Ferreira Gullar -
 Não. Eu entrei para o Partido Comunista por causa do golpe militar (1964) porque eu sabia que ia lutar contra aquele regime que estava surgindo, e não ia lutar sozinho. Depois, aconteceu comigo o que aconteceu com muita gente; fui preso e exilado.
 
Istoé -  Como se define politicamente hoje? 
 
Ferreira Gullar -
 Eu acho que, hoje, essas denominações de direita e esquerda se tornaram bastante precárias, já não têm mais a nitidez que tinham na época em que a gente estava lutando pela reforma agrária, etc., o que resultou no golpe militar. Mas, com o fim do socialismo real, o fim da União Soviética e o fato de hoje a China e a Rússia serem, de fato, capitalistas, é uma teimosia o cara se prender a essa ideologia que não deu certo. É um sistema que fracassou. Querer a sociedade justa e a igualdade entre as pessoas é uma coisa muito correta. Agora, a maneira como isso se transforma em função administrativa está errada, não dá certo. O capitalismo, que é o regime da exploração, se baseia na iniciativa privada e a cada momento milhões de pessoas criam empresas. Isso é uma força produtiva muito grande. Mas não pode comparar isso a seis burocratas dizendo como o país deve funcionar, como é que a economia deve ser.
 
Istoé -  A sociedade justa é definitivamente uma utopia?
 
Ferreira Gullar -
 A sociedade justa deve continuar sendo o objetivo de todas as pessoas de boa-fé, honestas e solidárias com os outros. O que eu digo é que aquela tentativa não deu certo, mas não quer dizer que não seja possível. Acho que tem de continuar buscando o caminho. O que não pode, realmente, é ter um sujeito que ganha US$ 1 milhão a cada cinco minutos e outro que ganha US$ 500 por mês. Não dá, né?
 
Istoé -  O sr. tem um filho com esquizofrenia. O que acha do uso medicinal da maconha para tratamento de doenças como essa? 
 
Ferreira Gullar -
 Meu filho hoje vive normalmente com os remédios que são resultado de pesquisas durante décadas e décadas. Funcionam muito bem. Agora, isso é a minha opinião. Hoje, qualquer opinião contrária a coisas dessa natureza é tachada de preconceito. Se de fato a maconha tem qualidades medicinais, e pode ser, não sou médico para dizer que não, acho certo usar. Não sou contra o uso medicinal da planta. Mas dizer que a maconha é inofensiva para ser usada como divertimento eu acho perigoso. Para parte das pessoas não é alucinógena, mas para parte das pessoas é um risco grande.  Elas perdem o controle e podem ser levadas a fazer coisas graves. Sem falar que a maconha pode ser a porta para outras drogas pesadas.