quinta-feira, 11 de julho de 2013

COMO MÉDICO, TENHO VIVIDO DIAS DE LUTO

ARTIGO  - Edvaldo Junior
Uma série de agressões terríveis às custas de medidas politiqueiras e populistas, não embasadas pelo debate ou pelo planejamento tem sido impostas à nossa classe e à população pelo - ditatorial desgoverno federal.
De Edvaldo Junior
Vice-prefeito de Santana do Matos / RN

Trazer médicos estrangeiros, com duvidosa formação profissional, e aprisioná-los em regiões carentes, é na verdade uma punição severa que se impõe aos usuários dessa região. Tão grave quanto uma doença, pode ser receber cuidados de um profissional desqualificado. Se fala muito em nosso meio, "que não se diagnostica o que não se conhece".

Obrigar o jovem médico, através do SERVIÇO CIVIL OBRIGATÓRIO, é uma violação grave de sua liberdade individual. Essa desculpa ridícula que poderá servir como complementação à sua formação é totalmente desprovida de fundamento. Se a idéia é essa, quem supervisionará esse jovem profissional? Quem ele vai procurar para tirar suas dúvidas? Quem vai auxiliá-lo num exame físico?

Estupro aos direitos dos profissionais médicos é o que de fato representa essas ações criminosas agora implementadas por uma gestão guiada exclusivamente por pesquisas de opinião pública visando as próximas eleições.

Externo minha posição reconhecendo minha condição de agente político (sabendo de minhas responsabilidades!) e observando que nossa saúde em todos os municípios do país, nas mais variadas dimensões e contingentes populacionais necessitam de melhorias imediatas, urgentes. Não se trata de carência de profissionais. A discussão deve ser mais ampla. Melhorias gerais na estrutura do modelo de saúde, desde a atenção básica até o atendimento de alta complexidade; das condições de trabalho à remuneração; do trabalho de educação permanente ao envolvimente acadêmico desses profissionais; entre tantos outros.

Aproximo-me de meus 29 anos. Passei no primeiro vestibular. Fiz 6 anos de medicina. VOLUNTARIAMENTE trabalhei quase 2 anos no interior do RN como médico da família. Passei pouco mais de 3 anos estudando (60h/semana por aproximadamente 2000 reais) para obter o título de médico neurologista. Retornei, em definitivo, ao meu estado em ABRIL/2013 e inicio minha carreira como médico clinico geral/neurologista recebendo uma grande banho de água fria no acreditamos, no que torcemos. Me compadeço dos colegas que ainda ingressarão nas faculdades médicas, pois sei que estes sim, serão, gratuitamente, ainda mais penalizados.

É deprimente para o profissional médico que se sente vocacionado, que se doa aos seus doentes, que observa as limitações de seu ambiente de trabalho e ainda sim procura saná-las da da forma mais responsável para que seu paciente não sofra, perceber que seu trabalho e sua profissão estão sendo usados de forma irresponsável, criminosa, politiqueira por um governo em pânico e envolvido pelo caos!

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