sexta-feira, 18 de maio de 2012

PARA GARIBALDI, REFORMAS SAEM COM CORAGEM E SENTIMENTO DE JUSTIÇA

Declaração foi feita durante palestra no 28º Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais em Natal

A palestra na manhã desta sexta-feira (18) do ministro da Previdência, Garibaldi Filho, era uma das mais esperadas do 28º Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais, no Centro de Convenções de Natal, evento que reuniu cerca de 1.500 executivos empresariais. E quem assistiu, gostou do que ouviu. Com o bom humor característico, o senador potiguar arrancou risos da platéia, mas também aplausos, principalmente quando destacou: “a reforma previdenciária é inadiável”.

Para começar, o Ministro destacou o questionamento recorrente: “Previdência é tão deficitária como dizem?”, logo respondendo que “não apresenta o déficit que muitos apregoam”. Apesar disso, listou os gargalos que fazem dela negativa, como as super aposentadorias de servidores públicos (onde o céu era o limite, segundo suas palavras), pensões de viúvas e os casamentos previdenciários, que custam tão caro aos cofres públicos.  

“Precisamos acabar com os abusos em nome do povo brasileiro, que não pode sustentar uma previdência de privilegiados”, afirmou. Garibaldi ressaltou ainda o compromisso cada vez maior do Estado, no momento que absorve agora milhares de brasileiros que contribuem mesmo que de forma menos expressiva, mas passando a ter o direito à previdência, como é o caso das donas de casa e empreendedores individuais.

Observou que é preciso coragem e decisão, mas também sentimentos de justiça e indignação para mudar o sistema posto atualmente, dando ao Brasil a reforma previdenciária que o País merece. Falou do bônus demográfico configurado com a existência de mais jovens do que velhos, que mudará em 30 anos. E chamou o desafio para si e demais brasileiros. Disse que essa é uma responsabilidade desta geração e não de futuras.

O Ministro destacou a necessidade de mudança com o funcionamento efetivo dos fundos complementares, sendo eles o avanço que o Brasil pode ter e que todos devem ter ciência da necessidade. “O Brasil precisa perseverar no sentido de aprovar a reforma. Mas quem fará isso não sou eu, nem a presidente (Dilma Roussef), mas sim o povo e o Congresso Nacional”. E como representante do Governo frisou a responsabilidade desta gestão no processo de evolução já em curso. “O governo está promovendo igualdade, absoluta isonomia entre o trabalhador privado e do serviço público”, discursou sob muitos aplausos, quando falou da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal - Funpresp (já sancionada pela presidente Dilma).

Apesar de se exceder no tempo que tinha para palestrar, e se desculpar estrategicamente por isso, a platéia sinalizou que gostava do que estava ouvindo, deixando para ele a deixa que esperava: “Se estou agradando é porque estou falando a verdade. Estou abrindo o livro negro da Previdência do Brasil. Há reformas e reformas, mas a da Previdência é inadiável”.

ESPINHOS
O Ministro observou que as aprovações de matérias ligadas às reformas só vêm sendo aprovadas no Congresso Nacional porque não têm mexido nos direitos adquiridos, só estabelecendo regras para o futuro. E mesmo não contemplando outro tema indigesto na sua fala, o fator previdenciário, ele acabou sendo interpelado e falando da saia justa que se encontra na condição de defensor do governo atualmente. Enquanto senador, votou a favor da extinção da contribuição, mas hoje enquanto Ministro torce para que não seja aprovado na Câmara, onde a matéria se encontra, o que faria os cofres públicos perderem uma arrecadação anual de R$ 34 bilhões.

“O governo não pode abrir não disso”, destacou. Ele defende que a solução é fazer um acordo entre poder executivo e legisladores, com uma equação a ser bem elaborada. Tal esforço não seria para eliminar o Fator Previdenciário, mas para substituir por um “mais humano e que não avilte a remuneração do povo brasileiro”.  

A palestra teve como mediador o organizador do evento, presidente do Sindicato do Comércio Varejista do RN (Sicomercio), George Ramalho, e como debatedores o presidente da Federação do Comércio do RN (Fecomercio), Marcelo Queiroz e o presidente da Fecomercio de Roraima, Airton Dias. O evento contou ainda nesta sexta com palestra de Bruno Quick falando sobre “Reforma tributária com enfoque no Simples nacional” e apresentou o case de dois potiguares: Durval José Dantas (Grupo F: AssImp - Elaine Vládia

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