quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ADEMAR MACEDO "EL TROVADOR DA SIERRA MADRE CAJARANA"

Ademar Macedo

Nasceu no dia 10 de Setembro de 1951 no sítio Óscar Nelson, no município de Santana do Matos-RN. Estudou interno no ginásio agrícola de Ceará - Mirim até 1968, e fez o científico no Instituto Padre Miguelinho. Entrou para o Corpo de Fuzileiros em 1970 permanecendo até 1981 quando sofreu um acidente, perdendo uma perna, é hoje portanto um fuzileiro Naval reformado. Depois deste acidente começou a se interessar pela poesia.

É Membro da SPVA do R.G. do Norte e da SPVA de Minas Gerais. É membro da Academia de Trovas do R.G. do Norte [ATRN] e da União Brasileira de Trovadores [UBT-RN], Tendo classificado várias Trovas em concursos Nacionais. Atualmente é membro de “Os Confrades da Poesia” Amora/Portugal.

Gravou dois CDs: “Na cadência da poesia" e "O poeta e a raposa".
Tem vários trabalhos publicados, entre eles: "E da dor se fez poesia" - com três edições esgotadas; "Poesias em quatro versos" e "E da poesia se fez vida".

Eis algumas de suas poesias postadas em sites que apreciam a pureza da expressão ritimada

“PESADO É PEDIR PERDÃO”
Errar, é do ser humano
e todos podem errar;
mas, saiba que perdoar
é divino, é soberano.
Não deixe que um ato insano
lhe amargure o coração,
perdoe-me, e me estenda a mão
pra ser, por mim, apertada;
perdoar não pesa nada,
pesado é pedir perdão!

“O VERSO”
O verso é tal qual o manto
que eu me cubro todo dia,
meu corpo é uma poesia
que tem verso em todo canto;
tem versos até no pranto
que por mim é derramado,
eu tenho versos guardado
que a natureza me deu;
e em cada cabelo meu
tem um verso pendurado!...

“POESIA SANTA”
A minha poesia é Santa
porque é Deus quem projeta,
é ele mesmo quem planta
no coração do poeta;
pois todos os versos meus
vêm lá da mansão de Deus
como se fosse uma luz;
são escritos com emoção
pela minha própria mão,
mas o autor, é Jesus!...

“TRÊS SETILHAS...”
O poeta já vem com a verve feita
por Deus Pai nosso mestre e criador;
alguns nascem com a mente de aprendiz
outros tantos já nascem professor,
e Deus vendo chegar a minha vez,
com a bênção sagrada Ele me fez:
Fuzileiro, Poeta e Trovador.

Escorado no topo da muleta,
eu me fiz um poeta e trovador;
meu passado de atleta e de boêmio
para mim, não foi nada alentador;
mas depois do meu trágico acidente,
encontrei na poesia e no repente
o remédio eficaz pra minha dor.

Como prova de amor, maior do mundo,
Cristo morre por nós, os pecadores.
Vejo ainda no manto de Maria
os vestígios de suas próprias dores;
e, dotado de toda perfeição,
pra falar deste amor e do perdão
Deus criou os poetas Trovadores.

“Confissão de Fé”
De um acidente medonho,
sobrou uma amputação,
mas veio a superação,
pois jamais fiquei tristonho.
Comecei viver um sonho:
de frente encarei a dor;
a Deus confessei amor
e, com Fé e muita sorte,
venci o câncer e a morte
e me fiz um Trovador!

“DALVA, ESTRELA MULHER...”
Pela luz do pirilampo
e pelo brilho do sol,
pela beleza do campo
e pela cor do arrebol,
por um orvalho caindo
por uma flor se abrindo
e pelos três filhos meus;
Por minha perna amputada,
por Dalva ser minha amada...
Muito obrigado, meu Deus!

“COMPADECIDO... (*)”
Não tendo a quem contar as minhas dores,
ao velho mar me dirigi um dia.
Para aumentar porém meus dissabores,
reconheci que ele também sofria.

Confidente dos homens sofredores,
cobriu-se, ao ver-me, de uma espuma fria
e num gesto de quem confidencia
pôs-se a escutar tranqüilo os meus clamores.

Contei-lhe tudo , confessei as mágoas,
mais profundas, talvez, que suas águas,
mostrei-lhe enfim meu coração dorido.

E o mar que até então ficara mudo,
ouvindo a triste narração de tudo,
pôs-se a chorar de mim compadecido.
Autor: Óscar Macedo/RN
(*) Tio de Ademar Macedo

“LÁGRIMA”
Quando de um amor me aparto,
em tristezas me esparramo:
bebo sozinho em meu quarto
as lágrimas que eu derramo!

Essas gotas maculadas,
itinerantes no rosto,
são as lágrimas magoadas
que dão vida ao meu desgosto.

Lágrimas, fuga das águas
por um riacho inclemente
que numa enchente de mágoas
inunda o rosto da gente!

“SOU MUTILADO...”
Guardei todos momentos que passei
de ternura, de carinho e de amor,
momentos que na vida mais gozei
e os momentos que mais eu senti dor.
O momento feliz da minha vida,
quando Deus me curou de uma ferida,
que os médicos diziam não ter jeito;
e apesar de eu ser hoje um mutilado,
guardo sempre as lembranças do passado
pra curar as feridas do meu peito.

“Décima (Poeta, boêmio e trovador...”
Sou poeta, boêmio e Trovador,
fazer verso é a minha grande sina,
pois recebo uma inspiração divina
enviada por Deus o Criador;
se eu tivesse nascido cantador
com certeza, eu seria um peregrino
a cantar neste solo nordestino...
que é um palco por Deus iluminado,
cavalgando num mote agalopado
entoei a canção do meu destino.

“Décima (Perdão na eternidade)”
Para alcançar o perdão
no reino da eternidade,
vão pesar meu coração
na balança da verdade;
pra saber a quantidade
dos meus erros capitais,
entre os pecados mortais
e meus atos de bonança,
quando eu botar na balança
Deus sabe quem pesa mais!...

“Décima (Sertão)”
No sertão tem poesia,
tem o preá no serrote
tem mocó dando pinote
e tem cabra dando cria;
tem coalhada na bacia
tem fogueira de São João,
tem festa de apartação
tem porteira e passadiço;
quem nunca viu tudo isso
não sabe o que é sertão!

“Décima (Poeta nordestino)”
No sertão eu nasci e fui criado
e amar será sempre o meu destino,
como todo poeta nordestino,
sou da vida, um eterno apaixonado,
cada verso que eu faço é inspirado
nas belezas do meu interior,
como amante e fiel agricultor
eu cheguei a seguinte conclusão:
não há seca que torre o meu sertão
nem macumba que acabe o nosso amor.

“Décima”
Vou abrir a bodega da cultura
a as entranhas fecundas do juízo
e dizer para o povo hoje é preciso
que este mote está à minha altura;
pois eu sou simplesmente a criatura
que Deus irá deixar para semente,
e por ordem do pai onipotente,
não há mote nenhum que eu não dê jeito;
vou abrir a cancela do meu peito
pra passar a boiada do repente.

“Décima (Poesia Santa)”
A minha poesia é Santa
porque é Deus quem projeta,
é ele mesmo quem planta
no coração do poeta;
pois todos os versos meus
vêm lá da mansão de Deus
como se fosse uma luz;
são escritos com emoção
pela minha própria mão,
mas o autor, é Jesus!...

“00% Jesus”
A vida é um dom divino,
nós somos filhos de Deus.
Pois até mesmo os ateus
não fogem deste destino;
apesar do desatino
e de todo desamor,
quando eles sentem a dor
pede a Deus o livramento;
só se vive cem por cento
se Jesus for o senhor!

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