domingo, 8 de agosto de 2010

HOMENAGENS AO DIA DOS PAIS


Poesias alusivas ao dia dos pais

Meu pai, colono de raça,
desbravador do sertão,
não deixou busto na praça,
mas deixou marcas no chão!
Autor: Pedro Ornellas /SP

Adotando os bons conselhos
das faculdades morais,
os filhos serão espelhos
da retidão de seus Pais.
Autor: Djalma Mota/RN

Uma Trova Premiada:
2006 - Amparo/SP
Tema - RESPEITO
Pai, abençoa seu filho,
dê-lhe respeito e conforto,
o orvalho não perde o brilho
nas folhas de um galho torto!
Autor: Campos Sales/SP

Uma Poesia livre

As mãos do meu pai

As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.
E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...
Autor: Mário Quintana/RS

Com minha alma enternecida,
confesso com todo amor;
eu tenho dois dons na vida:
ser “Pai” e ser “Trovador”!...
Autor: Ademar Macedo/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Herdei de ti, pai querido,
essa força de condor
que te fez, sendo um vencido,
ter ares de vencedor.
Autora: Lilinha Fernandes/RJ

Estrofe do dia

Meu pai que tudo me deu,
me educou, botou na linha,
sua vida fez a minha
meu corpo é parte do seu.
Seu sobrenome é o meu
eu sou sua imitação;
lhe copio em cada ação
imito até no andar;
meu pai tem sempre um lugar
dentro do meu coração.
Autor: Raimundo Caetano/PB

Soneto do Dia

Cinqüenta anos de saudade

Lembro... Parece que foi ontem e, no entanto;
meio século faz de um longo e triste dia,
quando meu pai partiu e para o céu iria
morar com Deus e nos deixando só o pranto!

Onze anos... E eu tão só, Chorando no meu canto,
curtindo a minha dor... Meu pai, como eu sofria!
Muito, muito eu pensei, no entanto não sabia
que esta tal orfandade em mim doeria tanto!

Mas hoje, exato, meio século depois,
desta cumplicidade que houve entre nós dois
que viverá eu sei, por toda a eternidade.

Hoje, dia dos pais, para uns de muita festa...
Não para mim, pois para mim apenas resta,
Dizer: Escute, pai! Meu grito de saudade!
Autor: Francisco Macedo/RN



Lembranças de meu pai

Mamãe chamava-se Áurea
Papai chamava-se Antonio
Papai por não ter riqueza
Vergonha era seu patrimônio.
Amigo das horas incertas
O melhor dos companheiros
Homem de muita valia
Com ele eu tudo aprendia
O melhor dos conselheiros

Era um pobre agricultor
De pouca escolaridade
Mas tinha tanto saber
Sem ter universidade
Que muita gente indagava
Com que enxada cortava
Tamanha disparidade

É dele uma história
Que agora me veio à mente
De um concurso que houve
Em meio a tanta gente
Pra definir a saudade
Desafio da cidade
E com direito a presente

A quem melhor se houvesse
Em definir a proposta
Vieram vários poetas
E fizeram a aposta
Cada qual deu seu recado
Sobre o assunto abordado
Fazendo o que mais se gosta

O primeiro disse apenas
Que saudade é sentimento
O outro fez um adendo
- Só se for sem fingimento
Assim, o tema fluindo
A definição surgindo
Cada qual com seu talento

Definição não faltava
Saudade é coisa de amor
Saudade não tem remédio
A saudade não tem cor
Saudade, coisa sem graça
É coisa que dá e passa
Saudade é sentir muita dor

Assim correu todo o dia
Não se chegou a conclusão
Qual seria a mais correta
Qual a melhor definição
Para o tema da saudade
Que toda a comunidade
Prestava colaboração

Até surgir um matuto
Que estava fora olhando
Todo aquele rebuliço
Do povo todo falando
Foi quando alguém o notou
E pro matuto perguntou
Se “tava” participando

O matuto então disse
Não, mas posso colaborar
É questão de me dizer
O que vai me perguntar
O tema foi colocado
O matuto deu o recado
E começou logo a falar

Jogou fora seu cigarro
E disse com voz de corvo
Com muita simplicidade
E sabedoria do povo
Sem demonstrar alvoroço
disse: - Saudade pra mim seu moço
É vontade de ver de novo

O matuto era papai
Que naquela ocasião
Demonstrou pra todo mundo
Ser poeta do sertão.
Autor: Américo Pita

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