segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Sertão de alguns santanenses


Sertão de alguns santanenses...
O tipo de solo empobrecido pelas falta de chuvas, determina o clima da região.
A falta d’água transforma o eco sistema, formando um clima quente e semi-árido. Mudando os campos, ela classifica e seleciona o tipo de vegetação. Surge a caatinga a poucos metros das margens dos rios secos, com uma vegetação heterogênea, composta de árvores baixas, raivosamente espinhadas e finas, outras resistentes, como pereiro, favela e juremas. Os angicos e aroeiras de maiores portes são pontos esverdeados nas encostas serranas, a espera da explosão floral nas primeiras chuvas. E a vegetação rasteira que parece não mais fecundar, em fruto semente protegida pela natureza em conservação apropriada, a esperar.
A seca é uma constante ameaça, as folhas caem deixando esqueléticos galhos ainda à respirar, resiste o verde dos juazeiros e das oiticicas. A verdadeira caatinga permanece com seu verde cinza intocáveis dos facheiros, xique-xique, mandacarus e cardeiros.
Final de ano, dezembro sem festas natalinas, sem boas vindas, um mês de expectativa e esperanças, a terra fica seca, os rios, os barreiros e açudes em dias previstos, a se transformar em torrões desenhados em simetrias como arte. Janeiro e Fevereiro a espera longa e triste, a ansiedade a fé conduz.
A comida fica difícil até pra quem compra, a esperança se dilui e como o dia que alvorece, a chuva é a vida em chama.
O sertanejo reza. O céu é imensamente azul e sem nuvens.
Quando as chuvas caem, a caatinga alagada desperdiça a seiva rica em sais minerais, que em córregos formando riachos fertilizam as várzeas. A flora explode, a fauna em cio, o ciclo retoma, a vida explode, o sertanejo personifica, a coragem, a gratidão, a força e a emoção. Esse é o nosso sertão.
Sertão de poucos santanenses.

Dutra Assunção

Residência, 30 de Janeiro de 2009

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