terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Crônica - Nossos caminhos, nossos filhos


Iguais a todos eles em toda a história, por séculos, continuam os adolescentes contestando, irreverentes, impressionados como se fossem donos de si e do mundo. Em certos momentos vacilam em tomar uma decisão, mesmo tendo a simples ou trágica liberdade humana para escolher entre o bem e o mal. Essa escolha entre um e outro, não é feita como se fosse uma opção a marcar: certo ou errado. Respondem um processo longo de aprendizado, valores adquiridos e oportunidades oferecidas ou podadas. O “bem” representado pelas simples manifestações humanas de alegria, solidariedade e bons sentimentos despertando a base da personalidade. O “mal” pela simples indiferença corrosiva que arrebanha vagarosamente, adjetivando os jovens, acrescenta-se os envelhecidos, desgastados pela esperança em fardo, sem rumo a serem abrigados. E a compreensão se torna mais clara pela palavra simples, pelo texto sintético, assim como, os caminhos se estreitam pela doutrina e pela disciplina. Multicoloridos são os caminhos largos, alvissareiros, relaxantes do viver, como se fossem vias únicas de livre acesso. E eles, “muito eles”, - os jovens definem a estrada e rotas sem compromissos. Suas decisões as vezes se curvam ante as estruturas sociais e familiares e com uma parcela significativa de responsabilidade daqueles que se acham preparados para conduzi-las. E os caminhos, agora paralelos, estreitos e largos são concorrentes, dificultando até os retornos, absolvem e acomodam a todos. A porta estreita retém o brilho crescente do alvorecer, abertura lenta, como se senhas fossem necessárias fechaduras. A larga, sem tramela, semi-aberta, liberta o esplendor das cores, com abertura automática deslizante sensível a temperaturas pela simples aproximação de qualquer um a qualquer hora. Encaminhada ou encontrando caminhos a liberdade humana proporciona a escolha entre o bem e o mal, definindo os valores de cada indivíduo. As indecisões retratam os comportamentos facilmente identificados como dupla personalidade.

Residência, 25 Novembro de 2008

Do: Bem simplório
Ao: Mal diplomado

Dutra Assunção.

3 comentários:

  1. Suas crônicas, seu estilo, passa momentos de expectativas, concentração logo em seguida concluidas pela imaginação prática de suas sínteses. Em determinados parágrafos sinto que deixou o mais importante da idéia. Um estilo que faz voltar a leitura e cada consulta uma nova observação do valor literário.O que mais lhe inspira?

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  2. Caro Dutra
    Custumo ler suas crônicas e observo uma caracteristica muito forte, a despreocupação com o raciocinio. me pare escrever fazendo outra coisa não dando muita importância ao conteudo ou coisa assim. Cada parágrafo surge uma idéia como se fosse um grito de imaginação ou curiosidade. Leio todas no jornal e agora no BLOG espero ter mais tempo disponivel. Felicidades. Um leitor.

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  3. Prezado Dutra, o objetivo desse comentário é para parabenizar pelo CAJARANA que está cada vez melhor,essa crônica está excelente, a foto com seu filho está linda, uma bela menssagem, um grande exemplo... Alderí manda um forte abraço. Boa sorte e sucesso para você e toda Familia,
    Flauzineide, poeta e pesquisadora...

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